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O paradoxo da neurodivergência: quando genialidade e dificuldade coexistem

  • Foto do escritor: Allan Casagrande
    Allan Casagrande
  • 27 de out.
  • 3 min de leitura

Como é viver entre extremos — ser autista, TDAH e superdotado ao mesmo tempo — e o que isso revela sobre inteligência, sensibilidade e propósito.



Ser brilhante e, ao mesmo tempo, travar nas coisas simples


Crescer ouvindo que se é “muito inteligente”, mas também “distraído, chato, sensível ou metódico demais”, é um dos paradoxos mais comuns entre pessoas neurodivergentes.


Aprender assuntos complexos em poucas horas, mas esquecer de escovar os dentes.


Resolver problemas estratégicos com facilidade, mas travar na hora de decidir o que pedir no iFood.


A mente neurodivergente funciona em altas voltagens de complexidade e sensibilidade, o que faz com que brilhos e dificuldades coexistam no mesmo sistema.



A dualidade de quem é autista, TDAH e superdotado

Só depois de um diagnóstico formal é possível entender que a superdotação não anula o autismo, e o autismo não apaga a superdotação — eles coexistem. Essa combinação é chamada de Dupla Excepcionalidade, e define pessoas com habilidades muito acima da média em algumas áreas, mas com desafios reais em outras.


É possível ter raciocínio estratégico e linguagem avançada, mas dificuldade com sutilezas sociais ou mudanças de contexto. É possível ter criatividade intensa, mas sofrer com desorganização, sobrecarga e ansiedade.E isso não é contradição — é estrutura.



O paradoxo da neurodivergência em seis dimensões


A neurodivergência não é linear. É uma teia de contrastes que se manifestam em diferentes áreas do funcionamento humano:


  1. Processamento de informações: rápido e detalhista, mas às vezes lento para integrar o todo.

  2. Aprendizado: profundo e autônomo, porém dependente de interesse.

  3. Interesses: múltiplos e intensos, ou restritos e fixos.

  4. Comunicação: vocabulário avançado, mas dificuldade com nuances sociais.

  5. Função executiva: alta criatividade, mas propensão à desorganização.

  6. Adaptação: flexibilidade em temas de interesse, mas rigidez com imprevistos.


Tabela ilustrando as diferenças entre superdotação, autismo e alto QI, destacando o conceito de dupla excepcionalidade.

Esses contrastes constroem o paradoxo da neurodivergência — um equilíbrio dinâmico entre genialidade e vulnerabilidade.



O que o mundo enxerga — e o que prefere ignorar


A sociedade costuma enxergar apenas a parte brilhante: o talento, a rapidez mental, o alto desempenho. Mas ignora as crises, a sobrecarga emocional e as dificuldades funcionais que fazem parte do mesmo pacote.


A inteligência não protege do sofrimento. E reconhecer isso é o primeiro passo para construir ambientes mais empáticos — e humanos.



Para líderes e equipes: empatia é estratégia


Para quem lidera pessoas neurodivergentes, a chave está em compreender para potencializar. Esses profissionais podem ser ativos excepcionais quando recebem suporte adequado: clareza de comunicação, previsibilidade e espaço para trabalhar com foco e segurança.


Empatia, nesse contexto, não é gentileza — é gestão inteligente.



Para neurodivergentes: comunicar também é autodefesa


Falar sobre suas necessidades, pedir suporte e ajustar o ambiente não é fraqueza — é autocuidado. As pessoas entendem mais do que imaginamos quando a comunicação é honesta e estruturada.


Aceitar a própria forma de funcionar é o que permite transformar diferença em potência.



O paradoxo como força: transformar caos em consciência


Ser neurodivergente é viver em constante negociação entre extremos — e aprender a criar harmonia onde os outros veem conflito.


O paradoxo não é um defeito, mas um convite à autocompreensão, ao método e à consciência.



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Assim como a neurodivergência exige método e sensibilidade para transformar complexidade em potência, o marketing de influência também precisa de estrutura para transformar caos em consciência.


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