UGC: a confusão do mercado e o uso errado do termo no marketing de influência
- Allan Casagrande

- 27 de out.
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de out.
Por que chamar conteúdo pago de “UGC” é um erro — e o que isso revela sobre a falta de clareza no mercado.
O que está acontecendo com o termo “UGC”
Nos últimos anos, o termo UGC (User Generated Content) se popularizou no marketing de influência. Mas o mercado começou a usá-lo da forma errada — chamando de “UGC” qualquer conteúdo feito por pequenos criadores pagos para falar de uma marca.
E isso é um problema sério. Porque, se há pagamento, já não é mais conteúdo gerado por usuário. É outra coisa.
O que é UGC de verdade
UGC significa User Generated Content — literalmente, conteúdo gerado pelo usuário.
E “usuário” aqui significa consumidor real, não influenciador, nem creator contratado.
UGC são conteúdos espontâneos ou orgânicos, feitos por quem realmente usa o produto ou serviço.
Exemplos clássicos:
Foto de um cliente mostrando o lanche no restaurante.
Resenha voluntária deixada no e-commerce.
Vídeo de alguém testando um produto porque gostou dele.
Isso é UGC real. Simples, autêntico e sem contrato envolvido.
O problema da apropriação
O mercado começou a distorcer o termo. Hoje, o que muita gente chama de “UGC” são conteúdos pagos, feitos por pessoas com pouca audiência e publicados pelas próprias marcas.
Mas se existe pagamento (em dinheiro, permuta ou qualquer compensação), e o criador não tem relação genuína com a marca, isso não é UGC — é outra categoria: CGC (Creator Generated Content).
CGC: o termo correto
De acordo com profissionais sérios e referências como o YOUPIX, o termo correto é CGC (Creator Generated Content). Trata-se de conteúdo feito por creators contratados para marcas, mas publicado nos canais da marca, e não no perfil do influenciador.
O objetivo aqui não é explorar a audiência, e sim usar a criatividade do criador para gerar conteúdo de marca mais humano, natural e eficaz.
Chamar isso de “UGC pago” é confundir o mercado e desvalorizar tanto os creators quanto a própria prática profissional da influência.
O absurdo do termo “UGC Creator”
E como se não bastasse, surgiu uma aberração: o termo “UGC Creator”.
Um paradoxo que desafia a lógica: como alguém pode ser criador de conteúdo de usuário?
Se é criador pago, não é usuário. Se é usuário, não é criador pago.
Pagar para que sua marca “pareça” ter usuários reais é tão absurdo quanto forjar depoimentos de clientes. É artificial, antiético e enfraquece a confiança na comunicação de marca.
De onde vem a confusão
O termo “UGC Creator” pegou porque o mercado buscava diferenciar creators com pouca audiência dos influenciadores tradicionais. E porque existe demanda por conteúdos com aparência mais “orgânica” e menos publicitária.
Mas, na prática, isso mistura conceitos e prejudica a profissionalização do marketing de influência. O problema não é querer conteúdo natural — é usar o termo errado e mascarar relações comerciais sob a aparência de espontaneidade.
O termo certo para o que o mercado quis dizer
Se o objetivo era nomear criadores com pouca audiência, o termo mais adequado é nanocreators.
Assim, fica claro:
UGC: espontâneo, feito por usuários reais.
CGC: contratado, feito por creators.
Nanocreators: criadores com pouca audiência, mas potencial criativo e autenticidade.
A clareza conceitual é o que permite ao mercado evoluir com ética e método.
Um convite à responsabilidade
O marketing de influência precisa de precisão nos termos que usa — porque as palavras moldam práticas. Usar os conceitos errados confunde, deseduca e enfraquece a credibilidade de todo o setor.
Como comunidade, precisamos corrigir essa distorção e defender a influência como disciplina ética e estruturada.
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