Quanto custa uma publi? O problema das propostas absurdas no marketing de influência
- Allan Casagrande

- 27 de out.
- 3 min de leitura
Por que pagar R$800 por um criador é desrespeitoso — e destrói o próprio mercado.
Quando o absurdo vira rotina
Nos últimos meses, multiplicaram-se casos de marcas e agências oferecendo valores indefensáveis para criadores de conteúdo. Propostas que tratam o trabalho de um influenciador como se fosse mão de obra barata e descartável, como se produzir conteúdo de qualidade fosse algo que se faz em cinco minutos e sem custo.
De gigantes da telefonia a marcas de bebidas, há quem ofereça R$500 ou R$800 por campanhas que exigem roteiro, gravação, edição, publicação e até impulsionamento.
Tudo isso — em troca de quase nada.
O que está acontecendo com o mercado
É uma distorção que vem se tornando estrutural.
Marcas que gastam milhões em campanhas com celebridades são as mesmas que oferecem valores irrisórios a micro e médios influenciadores — justamente os que mantêm a credibilidade e a influência genuína sobre públicos segmentados.
O resultado é um mercado cada vez mais frágil, onde profissionais qualificados desistem e as campanhas perdem autenticidade.
Essa é a essência do problema: o marketing de influência só funciona quando há respeito e valorização.
Vamos fazer as contas: o custo real de um criador
Antes de julgar um orçamento, é preciso lembrar o que um criador entrega:
Roteiro e conceituação da ideia.
Gravação, edição e finalização.
Publicação para uma audiência qualificada.
Reputação e credibilidade colocadas em jogo.
Aqueles R$800 “propostos” não cobrem nem a diária de um videomaker, muito menos o esforço criativo e o alcance real de um conteúdo autêntico.
Quem paga esse valor por um criador está desrespeitando um profissional multifuncional que entrega conceito, performance e confiança em uma só entrega.
O absurdo das propostas indefensáveis: uma hipocrisia silenciosa
As mesmas marcas que exigem qualidade, storytelling, engajamento e performance são as que negociam valores incompatíveis com qualquer expectativa realista.
Essa hipocrisia corrói o ecossistema.
Desvaloriza não só o criador, mas o próprio marketing de influência — que depende da integridade das relações entre marcas, profissionais e audiência.
O resultado são campanhas genéricas, desconectadas da cultura, e um mercado cada vez menos sustentável.
Um problema estrutural que precisa ser enfrentado
Esse comportamento não é pontual — é um reflexo de como ainda se enxerga o trabalho criativo no Brasil: como algo “complementar” e não central à estratégia de marca.
Mas é preciso romper com essa mentalidade. Precisamos educar as marcas e agências sobre o real valor da influência e defender condições justas para quem faz o ecossistema girar.
Criadores, independentemente do tamanho da base, merecem remuneração proporcional ao valor que entregam — e não a uma tabela desinformada.
O que marcas e agências precisam entender
Se você trabalha com marketing, pense: Você contrataria um videomaker, roteirista, editor ou veículo de mídia por R$800? Então por que espera isso de um influenciador?
O trabalho de influência é um trabalho estratégico, criativo e técnico, que exige tempo, repertório e responsabilidade.
O mínimo que o mercado precisa fazer é respeitar quem entrega valor real.
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